A Netnografia surge a partir das demandas metodológicas vindas das pesquisas realizadas na e sobre a rede mundial de computadores. Com Gutierrez podemos definir netnografia como "um processo que se desenvolve a partir da ação do pesquisador, de suas escolhas dentro do contexto pesquisado e, por isso, não tem uma estrutura rígida, pois depende do que vem do campo de pesquisa."
"No Brasil, Simone Sá (2002) propõe a netnografia como alternativa metodológica para o estudo de ambientes comunicativos on-line. Um modo de discutir a cibercultura, os conceitos de hipertexto e de comunidades virtuais" (GUTIERREZ, _____, p.08).
Esta metodologia foi inspirada na etnografia tradicional, porém com peculiares diferenças que a aproximam do campo a que se destina. Uma dessas diferenças é que a netnogradia "não exige a presença física do pesquisador" (GUTIERREZ, ____, p. 11), pois ele já está inserido no ambiente em que desenvolve a pesquisa, porém de forma virtual. Essa inserção é chada de autietnografia, ela sinaliza que o pesquisador já está presente e faz parte da cultura que está sendo estudada.
Para pesquisas que envolvem o mundo virtual, como análise de blogs, uso de registro de weblogs, etc, torna-se imperioso o uso da Netnografia para que os dados sejam tratados de forma devida, pois
"para Hine (2000) a etnografia virtual pode ser usada para desenvolver a percepção do sentido da tecnologia e dos espaços sócio-culturais que são por ela estudadas. Por isso, a etnografia virtual tem espaço assegurado nas pesquisas onde os objetivos incluem saber ‘o quê as pessoas estão realmente fazendo com a tecnologia’. Assim, se a etnografia sempre esteve relacionada com ir a algum lugar, no sentido literal da expressão, para observar e interagir (HINE, 2000), a netnografia ou etnografia virtual modifica a relação espaço temporal e apresenta um contexto que é mediado pelas ferramentas, pelos ambientes, pelas práticas construídas no
ciberespaço." (GUTIERREZ___, p.10)
Referência
GUTIERREZ, Suzana de Souza. A etnografia virtual na pesquisa de abordagem dialética em redes sociais on line. Disponível em: http://www.anped.org.br/reunioes/32ra/arquivos/trabalhos/GT16-5768--Int.pdf. Acesso dia 05 de Junho de 2011.