Archive for 2011

Netnografia ou Etnografia Virtual


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A Netnografia surge a partir das demandas metodológicas vindas das pesquisas realizadas na e sobre a rede mundial de computadores. Com Gutierrez podemos definir netnografia como "um processo que se desenvolve a partir da ação do pesquisador, de suas escolhas dentro do contexto pesquisado e, por isso, não tem uma estrutura rígida, pois depende do que vem do campo de pesquisa."

"No Brasil, Simone Sá (2002) propõe a netnografia como alternativa metodológica para o estudo de ambientes comunicativos on-line. Um modo de discutir a cibercultura, os conceitos de hipertexto e de comunidades virtuais" (GUTIERREZ, _____, p.08).

Esta metodologia foi inspirada na etnografia tradicional, porém com peculiares diferenças que a aproximam do campo a que se destina. Uma dessas diferenças é que a netnogradia  "não exige a presença física do pesquisador" (GUTIERREZ, ____, p. 11), pois ele já está inserido no ambiente em que desenvolve a pesquisa, porém de forma virtual. Essa inserção é chada de autietnografia, ela sinaliza que o pesquisador já está presente e faz parte da cultura que está sendo estudada.

Para pesquisas que envolvem o mundo virtual, como análise de blogs, uso de registro de weblogs, etc, torna-se imperioso o uso da Netnografia para que os dados sejam tratados de forma devida, pois

"para Hine (2000) a etnografia virtual pode ser usada para desenvolver a percepção do sentido da tecnologia e dos espaços sócio-culturais que são por ela estudadas. Por isso, a etnografia virtual tem espaço assegurado nas pesquisas onde os objetivos incluem saber ‘o quê as pessoas estão realmente fazendo com a tecnologia’. Assim, se a etnografia sempre esteve relacionada com ir a algum lugar, no sentido literal da expressão, para observar e interagir (HINE, 2000), a netnografia ou etnografia virtual modifica a relação espaço temporal e apresenta um contexto que é mediado pelas ferramentas, pelos ambientes, pelas práticas construídas no
ciberespaço." (GUTIERREZ___, p.10)


Referência

GUTIERREZ, Suzana de Souza. A etnografia virtual na pesquisa de abordagem  dialética em redes sociais on line. Disponível em: http://www.anped.org.br/reunioes/32ra/arquivos/trabalhos/GT16-5768--Int.pdf. Acesso dia 05 de Junho de 2011.

Letramento Digital


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http://www.grandesmensagens.com.br/wp-content/uploads/2010/07/computador.gif com modificações da autora do blog.

E aí? Encarar ou não encarar a máquina, eis a questão! Em um mundo de imagens, sons e hipertextos que é o mundo digital, seria necessário ser alfabetizado para utilizar o computador? Respondo com imagens:




As imagens acima responde a questão!
  
Já dizia Paulo Freire que "a leitura do mundo precede a leitura da palavra", e essa afirmação reforça que não é necessário ser alfabetizado para saber utilizar computadores.

De acordo com Magda Soares, "um indivíduo pode não saber ler e escrever, isto é, ser analfabeto, mas ser, de certa forma, letrado." (SOARES, 2001b, p.24). Trabalhando com surdos e sabendo de sua especificidade linguística (para as pessoas surdas nascidas no Brasil a Libras é a primeira língua e  a língua portuguesa é a segunda língua), vejo cotidianamente isso acontecer. Os surdos por serem pessoas visuais (BAHAN, 2005, p.17 apud STROBEL, 2009, p. 47), desenvolvem uma percepção visual mais aguçada que as pessoas ouvintes isso contribui para que mesmo sem conhecer com profundidade a modalidade escrita da língua portuguesa naveguem de forma autonoma pela internet, utilizem e explorem o computador através dos inputs visuais que ele oferece:

As imagens, os ícones, os sons – a multimídia - como elementos semânticos e integrantes do contexto digital é o que contribui para esse processo mais complexo de letramento, daí a possibilidade de mesmo ainda não estando convencionalmente alfabetizado, ele ter condições de fazer uso das tecnologias digitais. (COELHO e BONILLA, p.06)

Pensando sobre isso, se você que lê esta postagem não soubesse ler e apenas visse as imagens postadas aqui, saberia dizer sobre o que o texto fala?!


Referências:

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2ª edição. Belo Horizonte:
Autêntica, 2001b.

STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. 2. Ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2009.

Desabafo...


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Ahhh se eu tivesse tempo pra fazer tudo que quero e preciso...
Ahhh se o dia só acabasse quando minhas obrigações acabassem...
Ahhh se o meu cansaço só chegasse quando todo trabalho estivesse findado...

Ahhh como eu queria que tudo isso fosse "real"...

Inclusão digital: políticas públicas


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Texto inspirado pela leitura de:

BONILLA, Maria Helena. Políticas públicas para inclusão digital nas escolas. Revista Motrivivência, UFSC, v.34, p. 40 - 60, 2010. Disponível em <http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/17135>

Incluídos ou Excluídos?!


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Texto inspirado pela leitura de:



CASTEL, Robert. As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. Ptrópolis: Vozes, 1998 (Introdução).


BUZATO, Marcelo. Entre a Fronteira e a Periferia: linguagem e letramento na inclusão digitalTese (Doutorado em Lingüística Aplicada) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007. (Capítulo 2)

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Quando me deparei com o tema “Inclusão Digital” (ID) no mesmo momento vieram a minha mente vários questionamentos:


Inclusão Digital seria saber usar um computador?
ID seria saber um computador com internet, ter um email?
ID seria ter um email, mas não usar o computador?
Eu sou  incluída digital?
Quem hoje na sociedade que vivemos não é incluído digitalmente?

Logo depois dessa enxurrada de perguntas vindas todas juntas em segundos, pensei em meu pai e em minha mãe. Meu pai é um excelente datilógrafo! Ele é corretor de imóveis há mais de 35 anos e desde pequena me lembro de ficar olhando ele “batendo” na máquina de escrever. Pequena, eu sonhava com o dia que teria minha própria máquina...! Hoje em dia fico pensando pra que?! Rsrsrs

Bom, ele era e ainda é um excelente datilógrafo, acredite em seu escritório ele ainda mantem sua máquina de escrever elétrica e até hoje a usa para emitir comprovantes de pagamento, etc. Mas eu quero chegar é no Digital, na inclusão digital! Mais ou menos no ano 2003 nós compramos nosso primeiro computador para casa, tarde, né?! Pois é, toda a discussão entre comprar ou não um computador estava em volta do escritório de meu pai. O computador iria para o escritório ou ficaria em casa? E eu só consegui convencer a família que o computador ficaria em casa quando eu disse: meu pai não sabe “mexer” no computador e nós (as filhas) sabemos!

Então, depois de família convencida e computador comprado comecei eu a me habituar com os pedidos do papai: “Filha, ‘bate’ esse contrato pra mim”, “Digito sim pai!” e ele sentava do meu lado e juntos íamos construindo o contrato. Depois de um tempo não mais bastou fazer os contratos, meu pai queria ter um email. Ele reconhecia a importância de um email e me pediu para fazer um pra ele. Prontamente o fiz e agora os pedidos eram duplos, “filha digita um contrato pra mim e ‘entra’ no meu email?”, “Tá bom painho...”

Até hoje meu pai mal sabe pegar no mouse, eu não moro mais com ele, casei, mas o secretário do escritório diariamente digita os contratos, relatórios, verifica o email e, acredite, imprime os e-mails para meu pai os ler. Eu pergunto: meu pai é excluído ou incluído digital?

Eu poderia relatar quase a mesma situação para minha mãe, que até já faz compras pela internet, mas que mal sabe operar a máquina sozinha. Ela é excluída ou incluída digital?

Êita conceito difícil de destrinchar! Mas vou tentar dar umas pinceladas no que fui descobrindo...

De acordo com Buzato, “inclusão e exclusão não são sinônimos de estar dentro e estar fora”. Então incluir, de acordo com essa perspectiva não é exatamente estar “dentro” do mundo digital, ou simplesmente ter acesso a ele, mas sim que este uso contínuo proporcione benefícios para a vida da pessoa.

Pensando desta forma até posso arriscar que meus pais, mesmo não tendo domínio do uso da máquina são sim incluídos digitais, pois conseguem usufruir do uso destes recursos. No caso, meu pai fazendo negócios e minha mãe fazendo compras! Hahahahaha

Deixando este caso de lado, acredito que incluir digitalmente é uma demanda social e citando a colega Ana Elisa, “é importante que as pessoas entendam a dinâmica e o poder da internet para a própria vida e a coletividade”. Isso sim é inclusão digital!

Liberdade, quem não a quer?


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Texto inspirado pela leitura de:

BENKLER, Yochai. A economia política dos commons. In: SILVEIRA, Sérgio Amadeu da, et al. Comunicação digital e a construção dos commons. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2007, p. 11-20.
REZENDE, Pedro. Custo social: propriedade imaterial, software, cultura e natureza. In: PRETTO, Nelson De Luca; SILVEIRA, Sérgio amadeu da.Além das redes de colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder. Salvador: EDUFBA, 2008a, p. 93-110.





Talvez a minha reflexão de hoje não esteja nos moldes da academia, mas eu juro que espremi o juízo até “parir” esse texto!

Não posso negar, foi difícil pensar sobre Software Livre (SL). Foi fácil entender o que eu chamei de  "caso de família" que aconteceu entre o Hardware (HW) que se separou do Software (SW). Foi fácil entender que um SW tem um código-fonte (CF) que é inteligível para nós humanos e que tem de transformar isso em código-objeto (CO) para que a máquina decodifique e leia as informações. Essa parte foi muito fácil.

Difícil foi imaginar e entender porque que esconder o tal do CF é ruim!

E agora que eu já entendi fico pensando se não tem um monte de gente por aí que também não entende essa relação. Por isso, nessa reflexão eu resolvi  mostrar como eu entendi que liberar o CF é bom pra todo mundo!

Bom, a primeira coisa a se pensar é que se tem alguma coisa não liberada, ou seja, escondida já é sinal de que tem algo de errado pela frente. A segunda coisa é pensar que se tá escondido e se alguém ganha muito dinheiro com isso tá mais errado ainda!

Vamos pensar... O SL não tem a interface mais linda do mundo, a maioria das pessoas não está habituado a usá-lo, mas ele tem suas grandes vantagens. Posso destacar algumas, como:
1) Mais segurança
2) Mais confiabilidade
3) Menos vulnerabilidade e
4) Mais atualização ou atualização contínua! 
Só esse elenco de fatores já faz qualquer um ter vontade de pelo menos testar.

Mas o que me fez mesmo entender porque ser Livre é melhor foi quando eu pensei que se é livre e qualquer um pode ter acesso ao CF, então qualquer pessoa entendida do assunto pode modificar e quanto mais pessoas modificam, testam e utilizam mais eficiente isso se torna e se fica mais eficiente muito em breve será superior ao que hoje muita gente acha superior!

E ainda se esse processo continuar a acontecer sempre teremos super SW super atualizados e super eficientes!

Fala se depois de clarear um pouco mais sobre o assunto não deu ao menos vontade de testar algum SL?!


Interatividade, colaboração e trocas.


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Texto inspirado pela leitura de: 

PRIMO, Alex. O aspecto relacional das interações na Web 2.0. E- Compós (Brasília), v. 9, p. 1-21, 2007.

PRIMO, Alex. Fases do desenvolvimento tecnológico e suas implicações nas formas de ser, conhecer, comunicar e produzir em sociedade. In: PRETTO, Nelson De Luca; SILVEIRA, Sérgio amadeu da. Além das redes de colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder.Salvador: EDUFBA, 2008a, p. 51-68.




Sou blogueira desde 2005 (Thalita Coisa e Tal) e desde então utilizo práticas da web 2.0 sem ao menos saber que ela existia. Assim como acontece em diversas áreas, a minha prática veio antes do conhecimento sobre a web 2.0.


A web 2.0, de acordo com Primo, é

a segunda geração de serviços online e caracteriza-se por potencializar as formas de publicação, compartilhamento e organização de informações, além de ampliar os espaços para a interação entre os participantes do processo.

Assim compreendo que a web 2.0 proporciona mais interatividade entre as pessoas na medida em que não apenas se recebe informação, mas um diálogo é estabelecido com o conhecimento disponibilizado via web. Este diálogo proporciona as colaborações e trocas e quanto mais se troca, mais eficiente se torna essa rede.

Isso contribui para a difusão do conhecimento em diversos aspectos, puxando um pouco a “sardinha” para o meu tema de interesse, acredito que a web 2.0 tem contribuído para as trocas de informações sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Tenho outro blog (Curso de Libras) que recebe diariamente muitas visitas e muitos destes visitantes utilizam os recursos que disponibilizo na página para complementar seu aprendizado da nova língua ou para obter conhecimentos básicos acerca dela. Isso mostra não apenas interesse pela Libras, mas também que ao compartilhar imagens e informações consigo difundir a Língua Brasileira de Sinais para mais e mais pessoas.

Ser colaborativo, difundir o conhecimento, trocar informações são as principais características da Web 2.0, o que mais virá pela frente com a web 3.0?

Comunidade Surda


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Texto inspirado pela leitura de: FONSECA, Daisy; COUTO, Edvaldo. Comunidades virtuais: herança cultural e tendência contemporânea. In: PRETTO, Nelson. Tecnologia e novas educações. Salvador: Edufba, 2005. p. 53-67



Comunidade surda, de acordo com a doutora surda Karin Strobel é o grupo de surdos e ouvintes militantes da causa surda. E esta comunidade surda brasileira tem vivido momentos de grande tensão desde que saiu o resultado do ultimo CONAE (2010) e das novas diretrizes do PNE, os quais defendem a inclusão de todas as pessoas com deficiência na rede regular de ensino.

Inclusão para este grupo de especificidade linguística e cultural, os surdos, na educação infantil e séries iniciais não é a melhor opção, pois as pessoas surdas em sua maioria nascem em famílias de pais ouvintes, assim não tem acesso direto a língua de sinais, sua língua natural. O que impossibilita que seu desenvolvimento linguístico ocorra na idade correta, isto poderá acarretar em atrasos cognitivos futuros.


O espaço escolar específico para surdos então se constitui neste espaço de trocas linguísticas e culturais. Ele é usado não apenas para transmissão de conteúdos curriculares, como, e principalmente, para a aquisição linguística através de referenciais linguísticos que contribuirão para que a aprendizagem dessa língua seja feita de forma natural. Além disso, este espaço fortalece este grupo cultura e politicamente.


Lopes e Neto corroboram com estas afirmações quando dizem que

O espaço que vem possibilitando a aproximação entre os surdos tem sido preponderantemente o escolar. Como a escola é o território que possibilita, antes de .qualquer coisa, a aproximação e a convivência - isto é, um local inventado para que todos que o freqüentam saiam com marcas profundas no modo de ser e de estar no mundo -, a comunidade surda, quando constituída dentro da escola, também é fortemente marcada por ela.


As pessoas surdas, juntamente com intérpretes de Libras, professores de surdos, pais, familiares e apoiadores do movimento dos surdos, constituem-se na comunidade surda. Esta comunidade, após o fato relatado no primeiro parágrafo, tem utilizado os diversos meios de comunicação para se articular politicamente e lutar em favor dos seus direitos educacionais específicos.

O meio mais usado atualmente tem sido as redes sociais, das quais ressalto Facebook e Youtube, onde surdos de todo Brasil têm postado vídeos, afinal a língua de sinais é visual, demonstrando suas posições políticas frente às ordens do MEC.

Destaco abaixo alguns exemplos:




Articulando-se através das redes sociais, formando comunidades virtuais, a comunidade surda brasileira pretendereunir documentos de todos os estados, compilar estes em apenas um e entregar um documento em Brasília no dia 20 de maio de 2011 com novas propostas educacionais para a educação das pessoas surdas no Brasil.



Referências:

FONSECA, Daisy; COUTO, Edvaldo. Comunidades virtuais: herança cultural e tendência contemporânea. In: PRETTO, Nelson. Tecnologia e novas educações. Salvador: Edufba, 2005. p. 53-67


LOPES, Maura Coreiro e NETO-VEIGA, Alfredo. Marcadores culturais surdos: quando eles se constituem no espaço escolar. Disponível em: http://www.journal.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/10541/10078. Acesso dia 18 de abril de 2011.

STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. 2. ed.  Florianópolis: Editora da UFSC, 2009. 


Vídeos relacionados:








Os espaços vazios dos ILS nas escolas regulares - a estranheza da ocupação dos lugares


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A política de inclusão que tem sido imposta no Brasil trouxe a tona diversas feridas que antes estavam cobertas pelos finos tecidos. Uma dessas feridas é a despreparação da comunidade escolar, de forma geral, para receber pessoas diferentes dentro desses espaços.
Falo aqui especificamente das pessoas surdas, que sempre estiveram na sociedade, vivendo sob preconceitos e mitos. Mitos do desconhecimento que levaram estas pessoas, com particularidades lingüísticas e culturais, a serem taxadas de nervosas, inquietas, conversadeiras, e paradoxalmente mudas.
Junto com a imposição da inclusão de surdos nas escolas regulares veio também a figura de um profissional, mais desconhecido (e mitificado) que os próprios surdos: os intérpretes de língua de sinais (ILS). Que para uns era aquela pessoa que “ajudava” os surdos a se comunicarem e para outros (como ouço de alguns professores) era/é “a menina que salva minha aula”. Nem nome estes profissionais tinham, quanto mais espaço.
A inclusão de surdos requer preparação lingüística, requer informação, requer conhecimento de que esta pessoa tem apenas uma língua e cultura diferentes da das pessoas ouvintes. Requer acessibilidade lingüística e para isso requer o profissional ILS.
A ocupação dos espaços vazios, que de acordo com Bauman são os espaços a que não se atribui significado, pelos intérpretes de Libras tem causado tensões e conflitos nos ambientes escolares. O não conhecimento dos papeis deste profissional nem pelo professor, nem pelo aluno e nem pelo próprio intérprete causam desordem nos papeis dos profissionais que atuam nas escolas regulares.
É possível se afirmar que o espaço, antes vazio e portanto sem significado, era existente  já que em Salvador as escolas de surdos vão no máximo até o nível fundamental 2 e muitos surdos continuam estudando após saírem destas escolas . Porém sem uma legislação específica, estes eram relegados ao ensino em língua estrangeira (a língua natural dos surdos e na grande maioria, primeira língua, é a Libras, portanto a língua portuguesa é a sua segunda língua), sem acompanhamento de ILS para interpretarem as aulas e tornarem acessíveis os conhecimentos.
O espaço vazio clamava por ocupação. Os ILS chegaram, não ainda de uma forma satisfatória (nem em quantidade e nem em qualidade), mas a ocupação destes espaços antes vazios tem causado estranheza aos que antes estavam acostumados a não vê-lo preenchido.
Neste conflito de espaços, hoje os ILS já inseridos em algumas escolas regulares brigam por contratação, capacitação e sensibilização da comunidade escolar.


Referencia: 

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Liquida. 1ª Edição. Tradutor: DENTZIEN, Plinio. Rio de Janeiro: ZAHAR, 2001.

Começando...


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Blog motivado pela disciplina EDC A33 Educação, Comunicação e Tecnologias, para postagens de reflexões acerca dos textos trabalhados na disciplina.

Mas acredito que não se limitará a apenas isto...